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sexta-feira, 18 de julho de 2008

Show da Velha Guarda com a participação de Marisa em São Paulo.

Atenção fãs :

Marisa participará do show de lançamento do Documentário O Mistério do Samba, também em São Paulo. Os shows acontecerão nos dias 26 e 27 de agosto no Sesc Pinheiros em São Paulo. ou seja; os shows de São Paulo acontecerão antes da data de lançamento.
Assim sendo, serão três shows no total, dia 26 e 27 de agosto em São Paulo e dia 29 de agosto,(dia do lançamento), no Circo Voador no Rio de Janeiro.
Lembrando que os shows são da Velha Guarda da Portela com a participação de Marisa.


Atenção para o horário de postagem sexta feira 18 de julho de 2008. 23 hrs e 35 min


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A santidade da música profana.


Uma verdadeira relíquia a matéria publicada no Jornal do Brasil entre os meses de setembro e outubro de 1987. Uma crítica sobre os shows que Marisa apresentava na época, antes de gravar seu primeiro disco MM.
O que me impressionou, foi a personalidade de Marisa, que estava com 20 anos de idade quando esta crítica foi publicada, e o quanto disso se matem até hoje, 20 anos depois. Incrível a personalidade e o pé no chão. O resultado, todos já conhecem.

A Santidade da música profana


Bortticelli não sabe o que perdeu morrendo em 1510. Fosse vivo e fosse ao Teatro Ipanema nessas noites chuvosas de outono, veria no palco a encarnação do seu ideal renascentista de beleza. Marisa Monte. E debaixo dos caracóis dos seus cabelos há uma voz, capaz de transformar até Peninha num clássico imortal com sua paixão e sua aura de, bem, talvez a palavra seja mesmo essa, santidade.

Ouvir os inacreditáveis 20 anos de Marisa Monte só é possível nos shows onde, na maior parte do tempo, ela cata do chão os fragmentos dos discursos amorosos brasileiros e universais, numa postura bluesy que colore Kurt Well, Rita Lee, Tim Maia, Waldick Soriano, Getúlio Cortes, Caetano Veloso, Arnaldo Antunes, Phillip Glass e Suzanne Vega. Neca de execução nas rádios ou disco nas lojas. Um CLT anti-stablishment.

Disseram que ela era armação desses maldosos jornalistas. Disseram que o seu não ao sistemão era uma estratégia de contra-marketing ditada por Nelson Motta, amigo e diretor de seus shows desde a já mítica temporada no Jazzmania, em setembro passado.Nunca estive no mercado”, contradiz Marisa. Não toma coca-cola, não sai à noite, não vai à praia, não usa jeans nem tênis. Morre de pena da emburrecida geração Shopping Center. “Procuro coisas alternativas, sou contestadora”, se autodefine.

Assim, fica pau da vida com as pessoas desconfiando e maldizendo que ela “só faz isso porque é bonita, porque é feia, porque é rica, pobre, branca, porque deu pra alguém”. Marisa quer se preservar. Sabe que o reconhecimento desperta inveja, que “o consumo consome”. Pois sabe que as pessoas sabem que o talento não tem nada a ver com o sucesso. Quer se preservar de um processo de “madonnização” para não terminar “um humanóide, como Michael Jackson”.

Para Marisa, seu negócio é cantar com prazer e saúde, “o resto, ta limpo”. Seu repertório é escolhido na base do tesão. Canta o que gosta – e gosta tanto que volta e meia sai cantarolando no meio da entrevista. Pesquisa – com um outro palpite de Nelson Motta. “Já que não tenho compromisso com disco, não tenho repertório fixo”, alegra-se. Cada show é único. Depende da época do ano e do ambiente. Experimentação permanente. Recentemente, fez, em seqüência , dois espetáculos completamente diferentes em São Paulo, um contundente na Aeroanta, outro sutil no Masp. “O artista não deve se cobrar coerência”, repete,citando Glauber Rocha.

Marisa de Azevedo Monte, classe média alta carioca, sempre teve,, por via familiar, contato com a música lírica que começou a estudar aos 14 anos, ou seja,logo ali, no ano da maldita Copa de 82. Antes, já tocava bateria. Aos 15, sob os auspícios das aulas de Miguel Falabela no Colégio Andrews debutou nos palcos numa montagem de The Rock Horror Picture Show. Vieram os inevitáveis conjuntinhos de rock e shows no tradicional circuito de bares. Suas influências já se cristalizavam: Maria Callas, Billie Holiday, Janis Joplin, Rita Lee, as cantoras do rádio.

Seu contato com as faculdades foi decepcionante. Passou três meses fazendo comunicação na faculdade da cidade e igual tempo na Escola de Música. Recorda que uma professora perguntou à turma o que era a arte. Na dela, era tudo aquilo que não é utilitário. Uma aluna contrapôs que arte era tudo aquilo que está nos museus. Diante de tanta inteligência, Marisa só viu uma saída: trancou tudo e foi estudar na Itália. “Senti diferença com as pessoas em geral”, conta.

Na Itália, em 86, descobriu o Brasil. Lá reencontrou Nelson Motta, amigo da família, num festival de música brasileira em Veneza, onde cantou o trivial, Tom, Chico, Milton, Caetano. Voltou e passou quatro meses meio na moita. Deu shows ao Viro do Ibirapuera e no Jazzmania com uma banda de 11 pessoas. Passou os domingos de dois meses no Double Dose, duetando com a pianista Vitória Maldonato. Logo, outro amigo, Lula Buarque de Holanda, ficou a fim de produzir seu show. Ao ir se aconselhar com Nelson, ele pediu: “Marisa, deixa eu dirigir este show? – ela deixou. 23 de dezembro de 87,Jazzmania. Depois, Laura Alvim, Aeroanta, Masp e, agora, Teatro Ipanema. Rumo à Praça da Apoteose?

Nem pensar. Ao menos no momento. “Explodir tem um preço caro”, avalia. Marisa não quer se distanciar do seu público: “Ele não é otário”. Também não quer ir trapacear com o playback televisivo. Mas também não quer verter regras. “Me divirto paca vendo o Chacrinha, mas não tenho vontade de ir lá, principalmente pagando pra ir lá”, afirma. “Quero brincar com a minha imagem enquanto posso”.

A imagem, Marisa reconhece, é uma cruza do charmoso desajeitado e da inexperiência da idade com a raiz lírica. Arnaldo Antunes já a definiu como “aristocrática e escrachada”. Ela prefere se considerar dramática como são mesmo as mais alegres óperas. A soprano dramática acha seu gestual operístico, “quase over”. E procura fugir do redundante, mão no coração, essas coisas. Embora seja a primeira a reconhecer que está apenas aprendendo, se auto-recrimina a postura encurvada (ela é literal e metaforicamente uma grande cantora): “Acho que aqui- põe as mãos de pianista entre o coração e a garganta – é o centro da emoção”. No entanto, Marisa rejeita qualquer segurança: “A corda tem de estar tensa pra sair o som do violino”.

A única segurança que louva é a proporcionada pela segurança de Nelson Motta. Porém, nega o namoro, que, segundo ela, é um boato antigo. “Nelsinho é um grande encontro, ele dá a maior força”, elogia. Brinca que “sabe de fonte segura” que os dois não namoram. E a garota que Lê Machado, Bukowski e Sartre, se lixa para os boatos: “Não vou deixar de andar com ele por causa disso".

As pessoas vivem buzinando em seus ouvidos que daqui a algum tempo, ela devia dar um bye-bye, ao Brasil e ir encantar a América. Admite que pode até ir,também- não de vez como Flora Purim. Apesar dos pesares acha o Brasil legal. Prefere ficar por aqui, desenvolvendo seu trabalho “artisticamente ambicioso”. Marisa Monte se declara uma cobaia na sua resistência à mídia e abre uma hipótese muito improvável: “posso me dar mal...” Ninguém que a ouviu cantando Speak Low, Sonhos, Chocolate ou Freezing pode acreditar nisso.


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9 comentários:

Anônimo disse...

Esse Blog ta de +. Quando eu poderia ler isso em outro lugar???
E verdade mesmo, pouca coisa na personalidade da Marisa mudou,isso que pe autenticidade...
Parabéns ao Blog...

Unknown disse...

Marisa tem uma personalidade invejável, e não adianta tentar imitar.Ela é uma artista completa que explora a música até os mais inalcansáveis níveis, vai buscar as raízez mais profundas, e consegue transpor tudo em cada trabalho que faz. Nenhum disco é igual ao outro e cada vez que eu ouço Marisa cada vez descubro uma nova Marisa, é impossível ouvir Marisa e não se encantar, qualquer pessoa com o mínimo de sensibilidade consegue perceber a grandiosidade dessa mulher!
Marisa I love you!

Anônimo disse...

Aeeeeeeeeeee vai ter show aqui em Sampa também. Agora sim....
amei a informação.
vcs detonam.
bjs.

Unknown disse...

Sinceramente não aguento mais esse negócio de nordeste...caramba Não vem ninguém pra cá...aiai

Será que A velha guarda e Marisa não vão pra bahia?

Unknown disse...

Querida companheira nordestina Lari, dessa vez vc que disse tudo!!! Precisa fazer algum comentário? adoro tudo sobre esse comecinho da carreira da Marisa. Quem diria que alguns anos após aquela mesma mocinha estaria até no mundo do cinema?!!!Bem que a Velha Guarda poderia fazer um show por aqui SIM!!!bjs

Anônimo disse...

vou correr p garantir ingressos p os 2 dias!! os shows da portela fui c a part. da mm foram MARA!!
o blog está bombando hein van!!

bjs aos montes ameeeeeeeega!!

20 de Julho de 2008 17:11

Anônimo disse...

Como eu queria ir a este Show... Putz

Unknown disse...

Ver a Marisa no Circo Voador vai ser show de bola!!!
BJos a todos do blog!!!!

Christian disse...

Muito bom texto. Qt ao show em Cannes , os franceses perderam e muito sem o show